Eu apoio a postagem anterior. Aliás, poucas vezes eu escrevi qualquer coisa como Livia, agora deixando brevemente de lado a Margot e a partir da postagem anterior eu parei para pensar no que construímos até agora.
Essa pausa que tivemos no meio do caminho deixou espaço a uma criação individual, que às vezes nos faz sentir uma "falta de retorno" compreensível. Mas hoje pensando no que o grupo me levou a criar, e oque fizemos juntos até então, se eu tivesse que atribuir um dono ao trabalho eu nao saberia. Assim, eu percebo que o trabalho é realmente nosso. Estou errada?
Certamente temos uma profunda diferença de inteligencias no grupo! Oque faz dele, ao meu ver, tão diversificado quanto competente e completo.
Por razões óbvias, temos diferenças de fato consideráveis como: experiencias de vida, repertório, trabalhos, profissões, curriculos, idéias, visões artísticas, contatos, iniciativas, conhecimento em questões burocráticas e etc... Sem dúvida em momentos diferentes todos serão muito úteis, não sendo apenas vítimas de funções práticas para contribuir, mas sim por poder "colocar em cena" a prática que melhor desenvolve no momento necessário.
É justo e necessário que cada um doe o melhor que tem ao trabalho, não o melhor de todos, mas sim o melhor possível. Assim deve ser em qualquer trabalho, mas esse em especial.
Até mesmo por sermos tão diferentes creio que todos esses perfis entrelaçados sejam capazes de construir um trabalho tão forte e sensível.
(Gostaria de compartilhar essa opnião)
Esse tempo que passamos sem nos reunirmos me fez tem uma experiencia pessoal com o trabalho, através da Margot, que era exatamente oque me faltava para começar a me visualizar melhor dentro do trabalho.
Ela me revelou muitos detalhes que eu compartilhei com todos por aqui, e algumas sensações que não são tão concretas.
Talvez por receio de me afastar dela, pela falta de dia e hora marcada para deixar o mundo de lado e me dedicar a isso, eu tenha acrescentado pitadas de Margot no meu dia, no meu trabalho, nas minhas madrugadas de insônia e nos meus pensamentos constantes. Não tive férias do resto das minhas atividades durante esse tempo então me acostumei com ela na minha rotina. Ela tomou uma forma mais intensa, eu a vejo em livros, filmes, e contos imaginários que eu invento aleatoriamente.
Ouso até imaginar as outras personagens, cores, formas, luzes, sons, musicas e cheiros... Busco ligações entre tudo, e fico imaginando se todos estão tendo também uma experiencia interessante nessa busca, ainda que a experiencia seja a ausencia da personagem como forma definida, como será o retorno de todas elas juntas no próximo ensaio? Quais serão as idéias? Estou pensando nos fragmentos de todos nós se unindo, e as personagens que não vejo a tempos formadas, da mesma forma? de outra? Estou feito tia que passa 1 mes sem ver a criança e quando finalmente encontra, acha que cresceu 2 metros e virou um gênio! rs
Não é nada simples conseguirmos moldar o tempo (uma das nossas grandes inspirações) à rotina de pessoas tão diversas e interessantemente ocupadas como temos aqui. Mas certamente em breve conseguiremos organizar tudo, apesar da falta eventual de alguns e tantos pesares, já demos juntos os primeiros passos, e foi inpescindível a disposição não só pratica, como criativa e ativa de todos, por isso hoje temos em aberto um trabalho NOSSO. Lembrando de que não houve um roteiro, nem molde. Partimos de uma idéia dada, e oque cada um levou no coração, de mente aberta e disposição sem a qual não estaríamos em algum caminho. (Em especial lembramos sempre da iniciativa da Carol, que é ponte entre nós e a Kika, aliás duas pessoas que definitivamente foram especiais nesse começo para nos manterem no mesmo foco)
Por um lado sinto que formarmos esse mundo nosso, que criamos, acreditamos e praticamos é interessante pois além do trabalho enquanto arte, tem sido uma experiencia muito introspectiva, pois de alguma forma usamos elementos muito pessoais para construir cada uma dessas personagens, e seria interessante que acreditassemos fielmente em cada uma, e que elas não apenas refletissem uma face (mesmo que escondida) de cada um, e fossem sim uma criação aleatória. Falo por mim, não sei até que ponto é possível para cada um, criar algo distante da própria personalidade, mas tenho tentado a cada dia nas pitadinhas de Margot, encontrar barreiras, e pequenas coisas que eu precise superar para estar mais próxima a ela. Que nós tenhamos que nos moldar a personagem e não buscar apenas elementos de identificação para nos aproximarmos.
(Devido a falta de retorno imediato desses meios de comunicação, fica em aberto a idéia, rs)
Foi para organizarmos as idéias, colocarmos um foco (já que temos já a estrutura), decidirmos questões "menos criativas" e mais teóricas, talvez até burocraticas que eu sugeri a semana de pré-ensaios intensiva, que de certo não seria fácil, mas seria uma forma de entrarmos na correria do semestre com o caminho mais organizado, justamente para não ter que haver trabalhos em off, isolados de um ou outro antes de começarmos oficialmente. Massssss, se a Bela Isa pode arcar provisoriamente com isso, acho ótimo, pois certamente ela fará um ótimo trabalho, menina organizada que dá gosto! =D
Beijón de alfinetes e caramelos no coração de cada um!
Livia.